Características de Um Bom Supervisor Clínico

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SUPERVISOR CLÍNICO

Cotrell (2000), defende que o bom supervisor tem que ter presente as seguintes características:

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Perícia – o reconhecimento pode ser informal, através da habilidade, da experiência, ou do status e da formação. O reconhecimento informal pode vir dos pares, pois a perícia formal pode ser transmitida pela confiança; Experiência – o supervisor clínico em enfermagem será reconhecido como tendo a profundidade da experiência no seu campo de especialidade. A prática clínica é altamente desejável; Aceitabilidade - é de extrema importância que o supervisor clínico seja aceite por aqueles que ele supervisiona; Formação – é desejável que todos os supervisores clínicos recebam formação em supervisão clínica no início da sua actividade supervisiva, bem como formação contínua. A formação básica é considerada necessária mas não suficiente para assegurar elevada qualidade em supervisão. A formação e experiência adicionais em supervisão, são consideradas essenciais para ajudar a desenvolver competências supervisivas.

Mosher e Purpel (1972), referidos por Alarcão e Tavares (2007), identificam seis áreas de características que o supervisor deve manifestar: a) sensibilidade para se aperceber dos problemas e das suas causas; b) capacidade para analisar, dissecar e conceptualizar os problemas e hierarquizar as causas que lhes deram origem; c) capacidade para estabelecer uma comunicação eficaz a fim de perceber as opiniões e os sentimentos dos professores e exprimir as suas próprias opiniões e sentimentos; d) competência em desenvolvimento curricular e em teoria e prática de ensino; e) skills de relacionamento interpessoal; f) responsabilidade social assente em noções bem claras sobre os fins da educação.

Para que se estabeleça uma boa relação supervisiva, Cottrell (2000) citando Hagler, refere que é essencial identificar-se no supervisor, algumas características consideradas fundamentais, como a empatia, o positivismo e a paciência.

Alarcão e Tavares reconhecem ainda a existência de características menos gerais, a capacidade de prestar atenção e o saber escutar são consideradas fundamentais pela maioria dos investigadores; mas salienta-se também a capacidade de compreender, de manifestar uma atitude de resposta adequada, de integrar as perspectivas dos formandos, de buscar a clarificação de sentidos e a construção de uma linguagem comum, de comunicar verbal e não verbalmente, de parafrasear e interpretar, de cooperar, de interrogar. São os skills interpessoais que emergem como fundamentais. Ao referir-se-lhes, Glickman (1985) citado por Alarcão e Tavares (2007), identifica as dez categorias seguintes:

1) Prestar atenção. O supervisor atende ao que o professor lhe diz e exprime a sua atenção através de manifestações verbais como “pois”, “esta”, “é”, “o.k.”, sim”, “uhm”, geralmente acompanhadas de outras manifestações de atenção de tipo não verbal.
2) Clarificar. O supervisor interroga e faz afirmações que ajudam a clarificar e compreender o pensamento do professor: “quando diz…, refere-se a… ?“, “é capaz de explicar melhori , mas… não estou a perceber”, “espere aí, já me perdi”.
3) Encorajar. O supervisor manifesta interesse em que o professor continue a falar ou a pensar em voz alta: “vá, vá”, “continue”, “continue, estou a gostar”, “e depois?”, “e daí?”; “óptimo!”.
4) Servir de espelho. O supervisor parafraseia ou resume o que o professor disse a fim de verificar se entendeu bem: “parece-me que, na sua opinião”, “se eu entendi bem”, “portanto, a questão é a seguinte:…
5) Dar opinião. O supervisor dá a sua opinião e apresenta as suas ideias sobre o assunto que está a ser discutido: “na minha opinião”, “eu acho que”, “eu penso que”, “podia”, “podia-se”.
6) Ajudar a encontrar soluções para os problemas. Depois de o assunto ter sido discutido, o supervisor toma a iniciativa e pede sugestões para possíveis soluções: “O que é que se pode fazer?”, “como é que vai resolver este problema?”, “que estratégias lhe parecem mais adequadas?”.
7) Negociar. O supervisor desloca o foco da discussão do estudo das soluções possíveis para as soluções prováveis e ajuda a ponderar os prós e os contra das soluções apresentadas: “O que acontecera se tomar esta ati¬tude?”, “quais as vantagens desta estratégia; e as desvantagens?”, “que solução será melhor: a X ou a
8) Orientar. O supervisor diz o que deve fazer: “vai fazer isto e aquilo”, “quero que”, “é assim que se faz”
9) Estabelecer critérios. O supervisor concretiza os planos de acção, põe limites temporais para a sua execução: “na próxima semana quero ver…”
10) Condicionar. O supervisor explicita as consequências do cumprimento ou não das orientações: “Conto consigo”, “se não tomar esta atitude imediatamente, depois será tarde”, olhe que não há tempo a perder.

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