Crescimento, Desenvolvimento e Maturidade

CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E MATURIDADE

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Quando se fala em desenvolvimento pessoal e profissional de enfermeiros, há necessidade explicitar conceitos inerentes e inclusivos deste processo. Assim, o crescimento e o desenvolvimento humano são processos globais, dinâmicos e contínuos que ocorrem ao longo da nossa vida. O crescimento físico em si será um processo fisiológico resultante do desenvolvimento e integração de células diferenciadas num processo contínuo que se inicia com nascimento com o seu auge na maturidade física, implicando mudanças na estrutura e dimensões corporais. Por sua vez o desenvolvimento caracteriza-se por mudanças nas funções psicológicas sendo estas cada vez mais complexas e depende essencialmente da estrutura cognitiva de cada indivíduo. Tal facto implica segundo Tavares e Alarcão (2003) que a formação seja vista como um processo de produção de desenvolvimento psicológico humano na medida em que as acções do indivíduo são determinadas por processos cognitivos de mediação interna em constante progresso durante a vida.

A propósito da formação como factor que influencia de forma decisiva o desenvolvimento humano passo a digitalizar um pequeno estrato de texto de Idália Sá-Chaves (2000) – Percursos de Formação e Desenvolvimento Profissioanl, p.48

Nesta linha de pensamento será necessário introduzir o conceito de competência, que segundo Chomsky citado por Cohen (1981), será um sistema de princípios e de estruturas internas que usamos para potenciar os nossos desempenhos e do qual só parcialmente temos consciência, sendo o seu carácter inconsciente inerentes aos conhecimentos correspondentes ao mobilizar destes factores considerados específicos e decorrentes da própria estrutura biológica do indivíduo. É de salientar que o termo competência muitas vezes é utilizado de forma errada sendo confundido frequentemente com eficácia e com desempenho.

Segundo a perspectiva de Medley (1985), a competência do professor será o reportório de conhecimentos, de capacidades e de princípios de valorização profissional que este traz para a sua ocupação, por conseguinte, esta noção contém uma referência, pelo menos implícita, às características individuais, incluindo as preexistentes ao processo formativo, as que após a entrada na profissão persistem relativamente imutáveis, e, finalmente as que se transformam em contacto com a realidade, no decurso dos estágios durante a formação inicial, possibilitando deste modo que se aprenda, no final desse período, a competência que é previsível de que cada indivíduo venha a dar prova.

Do mesmo modo e pelos mesmos motivos interessa abordar o conceito de maturidade, já que o exercício de funções profissionais implica muitas vezes a capacidade para gerir situações de carácter imprevisível, em contextos de natureza interactiva e em constante mutação, que exigem adaptação, equilíbrio e bom senso, sendo que a estrutura pessoal (motivações, expectativas, interesses, etc.) é bastante afectada pelo processo formativo. Assim, Heath (1980), aborda o conceito de maturidade como uma propriedade dos seres humanos, concebidos como sistemas organizados e abertos em constante desenvolvimento, dependentes da adaptação aos outros e ao meio exterior, para subsistir e concretizar as suas potencialidades de funcionamento. Esta maturidade será um processo dinâmico de construção que terá em conta múltiplos factores como a auto-realização, adaptação, competência, saúde mental, e equilíbrio emocional.

Existem para Idália Sá-Chaves (2000) quatro sectores na personalidade que permitem verificar se a pessoa adquiriu uma progressiva maturidade, são elas: as capacidades cognitivas, o auto-conhecimento, os valores e motivos e as relações interpessoais.

A maturação sucessiva do indivíduo é para Idália Sá-Chaves (2000), definida e verificada pela análise de cinco dimensões interdependentes do desenvolvimento, cujo incremento é responsável pela maturação do sujeito: simbolização, alocentrismo, estabilidade e autonomia. Conceitos estes que passo a digitalizar do livro de Idália Sá-Chaves, Percursos de Formação e Desenvolvimento Profissional, (2000)

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